José, conhecido como Josemsud, faz parte do Fórum da Vivo e compartilhou com a gente uma review sobre o Zenfone 4, modelo premium da Asus, que chegou para ocupar uma faixa nova de mercado que fica entre o top de linha (o Zenfone 4 Pro, competidor do Galaxy S8) e o intermediário premium (Zenfone 4 Selfie, que compete com o Moto Z2 Play).
José, é com você.
“Historicamente, a Asus tem acertado muito a mão na relação entre preço e qualidade dos produtos ofertados no Brasil. A estratégia agressiva de marketing tem dado resultado; de marca desconhecida no mercado de celulares em 2013, a empresa passou a competir ombro a ombro com nomes estabelecidos como Samsung, LG e Motorola pela preferência do usuário Android.
Isso não quer dizer que a empresa não errou ao longo dos anos. Críticas em relação a qualidade de software, acabamento e até em relação a bateria foram recorrentes. Com o Zenfone 4, a empresa tem a missão de solucionar essas falhas para realmente se estabelecer como a grande alternativa de marca para Smartphones.
Design
O acabamento em vidro na parte traseira sempre passa uma sensação de fragilidade e sujeira, por conta das marcas de dedo. Esses problemas acabam encorajando usuários a usar um case protetor (que a Asus sabiamente fornece junto com o celular) que acaba escondendo o efeito de luz dos círculos concêntricos.
É notável que, finalmente, após tantos anos, finalmente as teclas de navegação são retroiluminadas. Isso permite saber que botão você está pressionando enquanto está no escuro, o que não era possível nas gerações anteriores. O leitor de impressão digital foi colocado na frente e faz as vezes de botão Home, o que o torna confortável e natural de usar, permitindo o desbloqueio rápido quando o celular está sobre a mesa.
Também é de se destacar que a Asus conseguiu incluir uma boa câmera no celular (mais detalhes sobre isso adiante) sem precisar criar volume adicional no aparelho, deixando a traseira totalmente plana, o que é um baita ponto positivo em uma época em que a lombada de câmera é quase padrão.
Desempenho
O Zenfone desde sempre tem a preocupação com hardware. A ideia é superar os modelos de sua faixa de preço em desempenho, oferecendo uma relação melhor de custo-benefício. O Zenfone 4 também não faz feio neste quesito.
O celular conta com um processador Snapdragon 660, que é um chipset intermediário-premium de respeito da Qualcomm, posicionado acima do Snapdragon 630 presente em concorrentes como o Moto Z2 Play. Além disso, ele traz 6 gigabytes de memória RAM, sendo um dos poucos aparelhos no Brasil a romper a marca dos 4 GB (Galaxy S8 e Moto Z2 Force são os outros).
Isso se traduz em uma experiência de uso extremamente rápida. A impressão que passa ao abrir um aplicativo ou fechar uma janela para voltar para a tela inicial do Android é que tudo acontece de forma instantânea. O aparelho também é otimizado para games mais pesados, então a tendência é que não seja sentida nenhuma lentidão com o uso cotidiano.
O aparelho também não faz feio em relação a consumo de bateria. Nos nossos testes, o aparelho regularmente aguentou mais de 24 horas de uso normal, resistindo entre 30 e 36 horas entre uma recarga e outra. O resultado poderia ser melhor com uma tela AMOLED, mas não é nada que se possa reclamar.
O problema do aparelho, no entanto, é que seu preço sugerido o coloca muito próximo do valor de mercado do Moto Z2 Force e do Galaxy S8. Isso significa o quê? Que por um preço similar é possível adquirir um smartphone com desempenho superior e que deve resistir mais tempo antes de começar a apresentar engasgos.
Câmera
A lente principal registra fotos em 12 megapixels, aproveitando uma abertura grande de f/1.8, enquanto a secundária, grande-angular, tem apenas 8 megapixels, alcançando um ângulo de 120 graus. As imagens também contam com estabilização óptica, que permitem maior estabilidade e menos tremores.

Imagem: divulgação.
O resultado das fotos em situações escuras é gratificante. O aparelho é capaz de compensar uma baixa iluminação sem adicionar muito ruído à imagem. Câmeras de mais baixa qualidade tendem a distorcer detalhes em situação de pouca luz, devido ao pós-processamento de baixo nível, ou a causar borrões, porque o obturador fica aberto mais tempo para captar o máximo de luz para tentar iluminar a imagem. Felizmente, não é o caso do Zenfone.
De um modo geral, a câmera do Zenfone 4 é um destaque extremamente positivo.
Tela
O display do Zenfone 4 pode ser considerado um ponto mais fraco na comparação com a concorrência, especialmente contra celulares da Samsung. A Asus apostou em um painel LCD que, apesar de não ser ruim, não faz frente às telas AMOLED tanto em qualidade quanto em economia de energia.

Imagem: divulgação
Software
Esse é o calcanhar de Aquiles da Asus. É possível perceber que a empresa investiu em melhoria do software, que ficou, sim, mais elegante do que a ZenUI presente nos celulares da empresa nos anos passados, mas ainda há muito a melhorar.

Imagem: divulgação.
Uma das coisas que me chamou a atenção logo quando peguei o celular na mão foi uma tela de atualização do sistema operacional na qual o botão de confirmar cobre uma parte do texto. Além disso, também é fácil encontrar na interface alguns botões cujo texto encavala com o contorno da tecla, resultado de falta de otimização para o nosso idioma.
Durante o meu uso, também houveram alguns problemas bem desagradáveis com o reconhecimento de impressões digitais. Isso parou de acontecer após um reboot do celular; espero que tenha sido algo pontual e que não se repita com outros usuários, e que uma atualização resolva a questão.
Conclusão
O Zenfone 4 é um ótimo celular, mas a Asus parece ter errado a mão no preço, principalmente em comparação com o Moto Z2 Force e o Galaxy S8, que estão apenas R$ 200 mais caros e proporcionam maior durabilidade devido ao hardware mais avançado.”
Fonte: Fórum da Vivo e Olhar Digital