Com toda a certeza, as entregas por drones aumentaram em todo o planeta. Mas a empresa que está ganhando esse jogo se chama Wing, e é mais um braço da Alphabet, a companhia mãe da Google. Ela sobretudo está apostando nas entregas por drones como algo que muda a vida das pessoas. Para isso escolheu três cidades (dos Estados Unidos, Austrália e Finlândia) para projetos de entregas por drones para todos os habitantes, em um serviço permanente.
É uma história bem curiosa e vale saber como tudo começou, em janeiro deste ano, na cidade de Christianburg, de 22,5 mil habitantes, no estado norte-americano da Virgínia. A pequena Christianburg é a cidade do projeto piloto nos EUA.
O caso de Paul e Susie
Em Christianburg, no início do ano, os paisagistas Paul e Susie Sensmeier, dois aposentados idosos, trabalhavam cortando ervas daninhas no jardim quando pararam e olharam para o céu. Então, eles viram um drone a cerca de 10 metros de altitude lentamente se aproximando do solo.
Em seguida, quando o drone chegou a cinco metros de altitude, o veículo começou a baixar um pacote suavemente em direção ao chão, por meio de uma corda com gancho.
O pacote era uma caixa de 1,5 kg, que chegou suavemente ao solo. Quando isso aconteceu o gancho soltou-se do pacote, e a corda foi recolhida para o drone. E posteriormente esse foi embora, voando a 110 km por hora. Confira uma das entregas por drone da Wing:
Casaco de lã foi primeira entrega
Foi assim que Paul e Susie receberam a mercadoria que haviam encomendado. Dessa maneira, a partir de então se tornou um método rotineiro para eles essas entregas por drones. Hoje ninguém se espanta ao ver os drones nos céus de Cristianburg. E boa parte da população já é cliente desse sistema de entregas.

Paul, que apesar dos mais de 80 anos é um entusiasta de tecnologia, está muito satisfeito: “É a onda do futuro, e é maravilhoso fazer parte dela”. Aliás, Paul entrou para a história da aviação nos Estados Unidos. Ele foi a primeira pessoa a receber em casa uma entrega por drone, no caso um casaco de lã para o inverno, comprado em outubro de 2019, ainda antes de a Wing estar com o serviço completamente instalado.
Parceria com universidade
Os drones da Wing fazem entregas num raio de 5 km a partir de sua base em Cristianburg. Essa é a distância máxima permitida pela legislação aeronáutica dos Estados Unidos.
A cidade de Christianburg, portanto, foi escolhida para o projeto piloto pelo terreno relativamente plano, densidade populacional e proximidade com a universidade Virginia Tech. A universidade, aliás, ajudou bastante a Wing a obter as licenças necessárias para entregas por drones.
Entregas por drones na pandemia
A Wing tem parcerias com várias lojas da cidade e, com isso, as compras são entregues em poucos minutos. Entretanto, quando alguém de Christianburg compra de alguma loja de outro ponto do país, os produtos são encaminhados via FedEx até o centro de distribuição da Wing na cidade, que tem o nome de Nest – ou Ninho, em português. E de lá seguem por drone.

Quando o projeto começou, em janeiro, não havia a perspectiva da pandemia de Covid-19. Mas a utilidade da entrega por drones só se intensificou com a crise mundial de saúde pública. Os moradores de Christianburg agora recebem no pátio das suas casas, e sem qualquer contato físico, itens como pão, leite, frios, fraldas, papel higiênico ou papel de cozinha.
Limitação no peso das cargas
A Wing é a primeira e única empresa nos Estados Unidos a fazer o serviço. E, aliás, ficará sozinha no mercado enquanto a Amazon não lançar a sua prometida e esperada versão – afinal, ela é líder em vendas online no mundo.
Por outro lado, cidades inteiras recebendo suas compras por drones é algo revolucionário. Contudo, por enquanto há uma limitação, que é o peso que os drones conseguem carregar. Os modelos utilizados em Cristianburg estão limitados a uma carga máxima de 2 kg.
Mas drones maiores e com maior capacidade devem entrar brevemente em serviço. Aliás, uma empresa canadense já testa um drone, com formato de helicóptero, capaz de fazer entregas a distâncias de até 200 km e com peso de até 200 kg.
Entregas por drones: o futuro
O futurologista norte-americano Thomas Frey predisse que os drones se tornarão a tecnologia mais disruptiva da humanidade. Um dos principais objetivos atualmente é transformá-los nos veículos perfeitos para entregas.
Afinal, a grande vantagem das entregas por drones está em não usarem combustíveis fósseis. Outrossim, não trafegam nas vias, causando congestionamentos e poluição, como as camionetes ou motos dos sistemas atuais.
As entregas por drones igualmente se revelam muito eficientes em casos de emergência. Aliás, durante a epidemia de Covid-19 na China, o governo fez uma parceria pontual com a fabricante de drones DJI para entrega de medicamentos em áreas de difícil acesso. Funcionou muito bem.

Uso na Itália e no México
Aliás, na Itália, o hospital Monaldi fez entregas por drones e recebeu medicamentos da mesma maneira. E na cidade do México, onde as pessoas passam 45 dias de seu ano no trânsito, o hospital Bicentenário passou a receber insumos em entregas por drones, reduzindo em 80% o tempo dessas entregas.
E já que drones são assunto constante por aqui, recomendamos outras três leituras bem especiais sobre o tema: modelos de drones baratos, as funções dos drones e ainda a legislação brasileira sobre esses incríveis aparelhos voadores.